sexta-feira, 31 de janeiro de 2014




Queridos copiei este relato da visão de um pai do nascimento e estou compartilhando com você.


 Se há um deus, filha, ele é uma mulher grávida.

Descobri, depois desses meses, dias, horas, minutos tão especiais que, no fim das contas, o parto é um momento muito simples, rápido, maravilhoso.
É o menor limite possível entre a vida e a morte.
 Ali, no segundo que separou você da vida aqui fora, filha, todos os relógios pararam.
 De um lado, o risco de algo dar errado. A morte. O nosso eterno medo diante do inevitável. Do outro lado, a chance de dar certo. A vida. O nosso eterno medo diante do desconhecido. Só que entre o inevitável e o desconhecido estava a sua mãe.
 E ela quis que fosse assim.
E orquestrou a valsa intensa.
Morreu a dor.
Nasceu o grito.
Morreu a lágrima.
Nasceu o sorriso.
Morreu o tempo.
Nasceu a pausa.
Pausa.
No segundo que a separava de nós, aqui fora, o momento DELA, da sua mãe.
 Nem eu, nem Betina, nem Celine, nem Mayra.
 Apenas a sua mãe, naquela sala, poderia fazer o que fez. E fez.
Nasceu você.
O seu nascimento, filha, é a morte da descrença, do medo, da inércia, do pessimismo. 
Você nasceu para a gente se despedir do controle.
 Parir é perder o controle. 
Perder o controle é viver em paz.
 Sua mãe nos deu você, você nos deu a paz. 
Obrigado, filha.



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